Panorama do crescimento do estado do Mato Grosso do Sul



Durante a segunda metade do século XIX, a sociedade brasileira passou por mudanças fundamentais. Iniciou-se a substituição do trabalho escravo pelo trabalho assalariado, as fazendas de café e outras lavouras brasileiras modernizaram-se, as cidades cresceram e nelas as primeiras indústrias se instalaram.

O estado do Mato Grosso do Sul recebeu, ao longo de sua história, uma grande variedade de povoamentos por parte de migrações de outras regiões do país, bem como a imigração estrangeira como a de paraguaios, bolivianos, japoneses, árabes, libaneses, sírios, portugueses, espanhóis, italianos, entre outros.

No início do século XX, as grandes extensões de terras a baixo custo existentes na região central do Brasil atraiu muita gente de outros estados, como Minas Gerais, São Paulo e, sobretudo, do Sul do país, principalmente do Rio Grande do Sul, interessados em investir na pecuária e na agricultura.

A pecuária foi uma das atividades mais antigas em Mato Grosso que difundiu-se a partir de Cuiabá para outras regiões como o Pantanal – próximo a cidades como Poconé, Cáceres e Barão de Melgaço – além de outras como Corumbá, Aquidauana e Miranda, que hoje fazem parte do Mato Grosso do Sul.

Na atualidade, esta atividade utiliza novas técnicas para a reprodução do gado, a utilização do transporte feito por caminhão no lugar das comitivas de peões, além do processo de engorda dos animais que está mais rápido e a venda da carne para os frigoríficos.

Já na agricultura, desde a década de 1940 foram criadas várias colônias agrícolas de pequenos proprietários como: Mutum (1942), hoje Dom Aquino; Colônia Agrícola de Dourados (1948), hoje Dourados, em Mato Grosso do Sul; Colônia Rio Branco (1953), atuais Rio Branco e Salto do Céu; Reserva Nacional (década de 1960), hoje Santo Afonso.

A vinda dos moradores para a região se deu através de intensas campanhas das companhias de colonização que prometiam terras férteis a preços baixos. Deste modo, foram atraídos para a região goianos, mineiros, paulistas e nordestinos que se dirigiram, por exemplo, para a região de Rondonópolis onde se dedicaram à extração de diamantes, agricultura e pecuária.

Várias cidades foram surgindo neste processo como: Jaciara, Juscimeira, São Pedro da Cipa (Companhia Industrial, Pastoril e Agrícola), Itiquira, Poxoréo e Pedra Preta.

A imigração paraguaia foi a mais expressiva na região do Mato Grosso do Sul, inicialmente na segunda metade do século XIX, após a Guerra do Paraguai, que deixou o país arrasado e muitos trabalhadores vieram para o cultivo da erva-mate. Posteriormente, ao longo de todo o século XX, os paraguaios formaram o maior grupo de imigrantes do Mato Grosso do Sul.

Deste modo, também, o Mato Grosso do Sul é, depois de São Paulo, o segundo estado do Brasil que recebeu o maior número de japoneses. A princípio, os japoneses vieram para trabalhar na construção da ferrovia, mas em seguida passaram a se dedicar à produção de horticultura e granja em chácaras próximas às cidades de Campo Grande, Três Lagoas e Dourados.

As oportunidades de trabalho cada vez mais crescentes na região trouxeram os espanhóis e os árabes, muitos dos quais se dedicaram ao comércio em geral. Normalmente, esta imigração começava pela cidade de Corumbá e depois se expandia para Campo Grande e outras cidades sul-mato-grossenses.


Migrações para o Mato Grosso do Sul


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